Voando e "O abraço"

"O tempo passou voando e, olha só, já é Natal."

O tempo passou mesmo voando! Pensar no final de 2009, me faz perceber como realmente passou rápido. O engraçado é que eu tive a impressão de que esse ano jamais chegaria ao fim. Nossa que ano difícil! Avaliar 2010 vai ser tarefa dura demais. Posso dizer com todas as letras que N-Ã-O foi um ano bom. Mas, felizmente, apesar do balanço ser negativo, sempre pude contar com a presença daqueles amigos-anjos [sabe aqueles que da pra contar nos dedos de uma das mãos? O suficiente!].

"Que vá embora de uma vez por todas esse ano!" Este é o pensamento que estará comigo nesta semana que ainda falta! Estou literalmente contando os dias para o fim desta etapa e para o começo de uma nova. Temos esse costume de dividir a vida em anos, sempre achando que o ano que se inicia vai trazer uma nova fase. Mas, dessa vez pelo menos, isso é mais do que uma expectativa. Já vou começar janeiro numa outra estrada. Espero que me leve a caminhos produtivos. Sabe o clichê "Ano novo, Vida nova"?.. vou adotá-lo como minha única Resolução de Ano Novo e seguir.


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O Abraço





A cada andar que o elevador ia passando, seu coração saltava como uma criança no pula-pula. Medo, alegria, nervosismo, ansiedade, tudo ao mesmo tempo e se misturando dentro dele. "Elevadorzinho malvado esse que cisma em parar em todos os andares!" 20º..19º..18º.. desce até o 15º só para Ela achar que dessa vez vai direto e para. Uma moça feliz e animada para o Natal pede um minutinho da descida dos coleguinhas, para abraçar a ascensorista e desejar tuuuudo de melhor em 2011. Enquanto isso, todos esperam! "Ninguém esta mesmo com pressa para chegar lá em baixo." Devem ter passado apenas 40 segundos, mas Ela olha para o relógio vezes suficientes para todo um ano. 11º...9º...5º... mais gente entrando e Ela louca para sair! Cogitou descer o resto do caminho de escada, mas eram tantas pessoas à frente da saída do elevador, que julgou menos trabalho ter mais paciência. "É uma prova! Isso.. um teste de paciência! Vou esperar!", pensou. 2º... G2...G1... Térreo! "Acredita que chegamos ao térreo?" - Sim, sua mente tem a estranha mania de lhe perguntar coisas. Acha que tem liberdade de pensamento. O pior é que Ela a responde de vez em quando.


Ainda não tinha nem passado o crachá para liberar a roleta, mas já tinha o visto lá fora através do vidro. A mochila preta, a calça e a blusa social, o cabelo, os olhos e, finalmente ela pode ver, o sorriso. Seu coração, que antes era uma criança levada no pula-pula, agora era um velhinho com ataques epiléticos dentro dela. "Não chore, não desmaie, deseje 'Feliz Natal' às pessoas, sua mal educada!" - É bom ter uma mente que dá leves esporros!


O abraço. Ela poderia estar até agora encaixada nele se os espasmos dentro dos olhos não a tivessem lembrado de que ia desabar a qualquer minuto. O abraço que sempre será dela, mesmo que conforte outras pessoas dentro dele, mesmo que fique vazio por algum tempo. Quando está dentro dele, ela pode sentir que ele está perfeitamente igual e seu. O abraço traz com ele o cheiro, a voz perto do ouvido, a barba encostando no rosto, as mãos tocando as costas. Sim.. Ela, sem dúvidas, poderia estar dentro dele até agora.


"Por que você está chorando?" Aqueles olhos lindos a paralisam perguntando aquilo que já sabem. "Eu te amo!", Ela pensa, sente e dói. "Não tô não!", Ela responde e sorri.

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