A Mochila


Hoje, no ônibus, um estranho me lembrou você!
Era a mesma mochila. Aquela que te dei. Será que você ainda lembra!?
Foi uma época tão plena, tão cheia de sentimentos, bagagem para por na mochila.
Hoje, vazio. Murcha e sem graça, como a mochila do moço, está a nossa.
Será que ela ainda existe? Rasgou, arrebentou, deu traça como nosso amor?
Mais do que a mochila preta, ele tinha algo de idêntico a você. O ponto dele chegou. Ele puxou a cordinha e desceu do ônibus. E eu fiquei sentada. Ainda sem sentido, estática pela segunda vez. Vazia... como a mochila do moço. Como a nossa mochila.
Foi simples, como com você. Ele, cruelmente, desceu. Degrau por degrau. E foi embora. E a mochila foi balançando em suas costas, como se me desse adeus.
Provavelmente, não o verei nunca mais. E, mesmo que o veja, serei, para ele, o que hoje já sou, para você, para mim mesma, uma estranha.
Maldita Mochila.

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