Mãos

Um simples toque de suas mãos. Este pequeno gesto já me causou, durante todo esse tempo, tantas sensações e emoções diferentes. Mas, hoje, quando o senti durante o filme a que assistíamos, voltei no tempo. Voei para uma época em que tudo o que eu tinha era esse toque das suas mãos nas minhas. Pessoas em volta, sala de aula, quadro, aula de história, professor. Nada! Não havia nada mais à minha volta quando suas mãos ficavam encostadas no cantinho da parede, por trás da mesa da sala de aula, para encontrar as minhas. E aquele momento era tão forte, tão intenso, tão esperado e tão íntimo que não parecia que eram apenas as mãos que se tocavam. Com um simples toque de uma mão na outra, eu conheci sensações que talvez ninguém conheça nunca, ainda que tenha a mais movimentada e excitante vida amorosa. Acho que eu viveria mil anos sem esquecer daquelas sensações.
Hoje, meu coração fica pequeno de tão apertado ao lembrar delas. A felicidade daqueles instantes transforma-se em dor. Dor do tempo que passou, dor da perda do que fomos, dor por não serem mais minhas as suas mãos.

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