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Let me take you down...


"Quando fazemos uma escolha, qualquer escolha, estamos dizendo sim para um lado e dizendo não para o outro. Então, algum sofrimento sempre vai haver."
~ Martha Medeiros ~

Todo mundo, um dia, já magoou [ou vai magoar] alguém! E a sensação é péssima, acredite! Não estou falando de situações propositais, óbvio, já que estas eu considero como um desvio de caráter e neste assunto não vou entrar - não hoje. Refiro-me a constrangimentos sobre os quais você não tem total controle, momentos em que, para que algo seja resolvido por você, de uma forma ou de outra alguém será prejudicado. Se isso nunca aconteceu com vc, prepare-se! Cedo ou tarde, você estará diante dessa situação. Simplesmente porque é inevitável!

As pessoas crescem em ambientes distintos, são criadas sob costumes próprios e vivem cercadas de escolhas diversas, onde cada um faz a sua - frustrando as expectativas do outro. E essas escolhas não chegam sozinhas.. claro que não! Elas trazem dúvidas, medos, angústias, e o mais difícil de enfrentar: as consequências!

As consequências podem ser boas, e aí você vai se sentir aliviado de ter feito a escolha certa! Porém, quando as consequências chegam prontas para dilacerar seu coração e destruir seu sono, aí o buraco é mais em baixo.. e não vou te enganar não: é bem em baixo meeeesmo! Tão fundo que você tem a impressão de que não vai sair nunca de lá [e às vezes até prefere não sair mesmo, para não ter que encarar a pessoa que você magoou].

As frases feitas são as maiores companheiras desses momentos. Você certamente vai ouvir "Você fez sua escolha, agora encare isso!" ou "O tempo vai curar essas feridas e logo você estará rindo disso!". Nenhuma delas é mentira, mas elas não te ajudam em nada quando você tá morando dentro de um vulcão prestes a entrar em erupção. Então, não adianta esperar que alguém vá conseguir te proporcionar algum tipo de alívio. Seu coração só deixará de pesar como um elefante quando você resolver enfrentar - mesmo - o que você causou!

Entrar em contato, pedir desculpas, dizer como está se sentindo a respeito do que houve, mostrar que, mesmo não pretendendo machucar alguém tão querido, aquela opção precisava ser feita, são meios de dar um primeiro passo em busca do alívio esperado e merecido. Mas, por experiência própria afirmo: nem sempre adianta! Porque há momentos em que você se vê obrigado a optar por caminhos que não eram exatamente os que você escolheria se estivesse em outras circunstâncias. Há momentos em que você se encontra diante de uma bifurcação: dois caminhos distintos e você só pode escolher um. Parte de você quer ir para a esquerda e outra, para a direita. Neste impasse não há meio termo. Seguindo pela esquerda, seu coração terá sempre o vácuo que deixou a ausência do caminho à direita e vice-versa. Você percebe, então, que nenhum dos caminhos, por si só, será capaz de trazer a você a realização e a felicidade que os dois juntos trariam. E que independente de qual seja sua escolha - e quais sejam as pessoas que você estará deixando no lado que não foi escolhido - você é quem sairá perdendo.

Há escolhas na vida que te marcarão para sempre! Há cicatrizes no coração que jamais deixarão de latejar! Ouvir uma música, lembrar de um assunto, ver um objeto, qualquer coisa que te traga à memória essa angustiante experiência, estará fincando mais uma farpinha no coração já dolorido.

E a você, só resta aceitar e conviver com isso. Porque tudo o que fazemos é resultado das escolhas e decisões que tomamos. E esse livre arbítrio, essa oportunidade de escolha, ao mesmo tempo que é um privilégio, é também uma imensa responsabilidade: a de assumir o caminho escolhido, enfrentar as consequências e não olhar para trás.